Saturday, May 14, 2011

Amália Rodrigues quando era nova

A Amália Rodrigues  é uma das pessoas mais famosas de Portugal. De facto,  numa pesquisa realizada em Portugal, que perguntou "quem são as 100 pessoas mais importantes em Portugal", ela ficou em décimo quarto lugar.




 Ela é mais conhecida pela música do fado. Na verdade, quando é mencionado o fado, a Amália também é mencionada.
  

Ela nasceu em Lisboa em 1920, na rua Martim Vaz na freguesia lisboeta da Pena. Seu pai era um trompetista e sapateiro que voltou para o Fundão, a sua cidade, quando Amália tinha só um ano. Sem os pais por um tempo, Amália  foi criada pelos avós num ambiente muito católico. 

O seu talento foi mostrado apenas em locais públicos, inicialmente. Em 1939, ela conheceu compositor clássico, Frederico Valério, que reconheceu a voz maravilhosa dela e ficou tão impressionado que  começou um programa de formação com músicas que ele escreveu especialmente para ela. Um dos primeiros fados  a surgir a partir desta colaboração foi "Fado do Ciúme". 

A sua capacidade de cantar tornou-se famosa em Portugal e em partes da Espanha. Ela foi para o Brasil em 1945 e fez algumas gravações lá. Após a Segunda Guerra Mundial apresentou-se em alguns dos espectáculos do Plano Marshall toda a Europa. Nesta fase, Amália estava a colocar nas suas letras fados de significativos poetas portugueses. 

O estilo de cantar único, o fado, a cantora original, Amália, e as letras poéticas, por exemplo, de David Mourão-Ferreira, foram combinadas numa experiência essencialmente portuguesa. 



O acontecimento mais significativo, talvez, da vida dela ocorreu em 1954, quando cantou no filme francês "Les Amants du Tage" e actuou num papel secundário também. Eu vi partes deste filme. É preto e branco com arranjos antiquados de pessoas na frente da câmara, mas a forte presença vocal de Amália ainda é  persistente na minha memória. 

O meu fado preferido da Amália é "O Barco Negro". Encontrei a letra e uma tradução que está abaixo. 





Barco Negro

De manhã, que medo que me achasses feia,
acordei tremendo deitada na areia.
Mas logo os teus olhos disseram que não!
E o sol penetrou no meu coração.

Vi depois numa rocha uma cruz
e o teu barco negro dançava na luz...
Vi teu braço acenando entre as velas já soltas...
Dizem as velhas da praia que não voltas.

São loucas... são loucas!

Eu sei, meu amor, que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor me diz que estás sempre comigo.

No vento que lança areia nos vidros,
na água que canta no fogo mortiço,
no calor do leito dos bancos vazios,
dentro do meu peito estás sempre comigo.

Eu sei, meu amor, que nem chegaste a partir,

Black [sail]boat

In the morning, how I feared that you could find me ugly
I woke up trembling, laid on the beach's sand
But immediately your eyes told me the opposite
And the sun entered into my heart

Then I saw a cross stuck on a rock
And your black sailboat dancing under the light
I saw your hand waving goobye among the ready loose sails
Old women of the beach tell me that you will not come back

They are crazy... They are crazy...

I know, my love, that you, in fact, did not leave
because, everything around me tells me that you are always with me

You are in the wind, which spreads sand on the glass (of the windows)
You are in the water, that sings into the dying fire
You are in the warmth of the rest from empty seabeds
You are forever with me, into my heart/chest

No comments:

Post a Comment